A timidez é uma característica que vai além da simples dificuldade de falar em público ou interagir com desconhecidos. Em alguns casos, pode ser o indício de problemas psicológicos, sendo o mais comum a ansiedade. Ser tímido é se preocupar de forma constante com pensamentos, reações e ações de outras pessoas. Profissionalmente, esse pode ser um obstáculo a ser vencido. Para sair dessa condição, é necessário tomar algumas iniciativas, como ser mais comunicativo e pensar no próprio bem-estar.
Em primeiro lugar, é importante salientar que a timidez não é algo ruim, ou uma doença, e sim um traço de personalidade. Em determinados momentos, ela precisa ser superada para a realização de certas ações, seja falar com alguma pessoa na qual se tenha interesse ou ao fazer um discurso para um público grande. Segundo Márcia Karine Monteiro, psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia no UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Paulista, a timidez também é confundida com outra característica, a introversão. "Enquanto a primeira trata de um certo nervosismo em interações sociais, a segunda é apenas a preferência por estar só e situações mais calmas. Por isso, é possível você ver uma pessoa aparentemente sociável ficar muito ansiosa em algumas situações, como também alguém normalmente retraído falar muito bem em público, por exemplo", explica.
Como a timidez ainda é uma característica derivada de um certo tipo de medo, mais especificamente o de ser julgado por outras pessoas, na intenção de combatê-la, é preciso trabalhar pontos como a autoaceitação. "Muita gente possui atributos que acredita não serem aceitáveis por quem está observando. Seja na aparência, jeito de falar ou até mesmo gostos pessoais, o medo de não ser aceita acaba causando amarras na hora de interagir com estranhos e, por isso, é importante saber e compreender o tipo de pessoa que se é. Existem até aquelas que tentam esconder o fato de serem tímidas, quando isso é perfeitamente normal", continua a psicóloga.
O campo profissional pode ser um desafio, principalmente numa época em que se fala tanto das soft-skills, ou seja, as habilidades comportamentais, como senso de trabalho em equipe, proatividade e, não menos importante, a capacidade de comunicação. Vendo por este ângulo, a timidez acaba atrapalhando este processo, porém, Márcia mostra como praticar para momentos com interações sociais prioritárias pode ser um bom aliado. "Falar no espelho é um dos exercícios mais comuns, mas a importância de anotar a própria forma de agir ajuda no autoconhecimento. Além disso, é bom ter as coisas no papel, como um pequeno texto de apresentação para uma reunião da empresa, por exemplo. Esse tipo de planejamento permite que o profissional esteja mais bem preparado e fique mais confiante. Se estiver muito difícil, o acompanhamento de um psicólogo é sempre recomendado, mas o importante é sempre estar disposto a superar as dificuldades", conclui.
Fonte: Mário Vasconcelos - UNINASSAU