O Hospital Unimed São Domingos (HUSD), da Unimed Catanduva, realizou nesta terça-feira, 19 de maio, a sua milésima cirurgia cardíaca. Tal procedimento já é realizado no Centro Cirúrgico do HUSD desde 1998. Nos últimos anos, o setor tem se renovado e passado por constantes atualizações, além de tecnologia de ponta, oferecendo aos pacientes a segurança e a pronta recuperação.
A milésima cirurgia foi realizada em um paciente do sexo masculino, de 28 anos, que passou por um procedimento de implantação de prótese metálica, necessária em razão de ‘insuficiência mitral importante’, resultante de uma febre reumática que o acometeu na infância.
O procedimento foi necessário para adequação da valva mitral. A prótese metálica foi a mais indicada, pois, se o paciente seguir com os cuidados preventivos, não precisará de troca posterior. “Após a cirurgia, é importante que o paciente faça o uso adequado de anticoagulantes e exames de sangue rotineiros, que irão verificar se o nível de anticoagulação está adequado para a prótese”, explicou o cardiologista Paulo César Biagi, cooperado da Unimed Catanduva que realizou a cirurgia do paciente.
A febre reumática é uma sequela de infecção de garganta que não foi devidamente tratada. Ela é causada pela bactéria Streptococcus beta hemolítico do grupo A. A doença pode afetar o coração, o cérebro, as articulações e o tecido subcutâneo. No caso do paciente submetido à cirurgia ocorreu a degeneração da valva mitral, que tem como função deixar o sangue passar para o ventrículo esquerdo e não permitir o seu retorno para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular esquerda.
A cirurgia durou cerca de quatro horas. O paciente está em recuperação. “A cirurgia foi concluída sem intercorrências e ele está bem”, completou Biagi.
O anestesiologista Luís Márcio de Assis Pellizzon, um dos profissionais que atua na área de anestesiologia para a cirurgia cardíaca desde as primeiras realizadas no HUSD, explica que nos últimos 22 anos, a operadora sempre investiu em aparelhos modernos. “Acompanhamos os avanços tecnológicos e temos uma estrutura semelhante aos grandes hospitais da cidade de São Paulo”, disse o cooperado da Unimed Catanduva.
Os tipos de cirurgias cardíacas realizadas são, em sua grande maioria, as revascularizações do miocárdio e as trocas de valvas cardíacas. Também são feitos aneurismas torácicos e, em menor número, cirurgias pediátricas.
Dentre os equipamentos que compõem o Centro Cirúrgico está o Autolog – Sistema de Autotransfusão – que começou a ser utilizado recentemente. O aparelho permite que durante o procedimento cirúrgico seja feita a recuperação do sangue do paciente. “Ele coleta o sangue no campo cirúrgico, que passa por uma filtragem, e, a seguir, volta ao paciente, diminuindo as chances de uma transfusão sanguínea”, explicou Pellizzon. A ação garante mais segurança ao paciente e diminui a necessidade de utilização de estoque do banco de sangue.
Curiosidade
Dentre as cirurgias cardíacas realizadas no Centro Cirúrgico, uma ficou marcada para o anestesiologista. “O paciente foi diagnosticado com aneurisma da aorta torácica. Durante a cirurgia, foi necessário o resfriamento corporal a uma temperatura de 18ºC e fazer uma parada circulatória total para realizar o procedimento”, contou. Ao término da cirurgia, o paciente foi encaminhado para a UTI e, após alguns dias de internação, teve alta hospitalar.
A área que teve o aneurisma, a aorta torácica, é a maior artéria do corpo humano, responsável por levar o sangue rico em oxigênio para outras partes do corpo. O aneurisma pode ocorrer por maus hábitos, como tabagismo, ou doenças relacionadas, como hipertensão, aterosclerose (acúmulo de gordura ou outras substâncias que podem comprometer os vasos sanguíneos), pessoas com mais de 65 anos e histórico familiar. A cirurgia é recomendada nos casos em que o aneurisma é maior do que o considerado seguro.
O método utilizado pela equipe médica do HUSD durante a cirurgia foi de indução a hipotermia. A baixa temperatura do corpo permite que a operação seja feita a tempo e reduz riscos de danos ao cérebro e a outros órgãos. Após isso, o corpo do paciente lentamente passa a ser aquecido e seu coração retorna aos batimentos, às vezes necessitando de estimulação externa.
Fonte: Ariane Godoi | Unimed Catanduva