Endocrinologista Mariana Azevedo Mendes, do IMC - Instituto de Moléstias Cardiovasculares

Esta quinta-feira, 14 de novembro, é o Dia Mundial do Diabetes, data instituída para conscientizar a população sobre o reflexo do diabetes na saúde, com riscos à vida. A data ganha cada vez mais importância, já que o avanço do diabetes na população brasileira é muito preocupante, na opinião da médica endocrinologista Mariana Azevedo Mendes, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de Rio Preto.

O número de diabéticos no Brasil aumentou 30% nos últimos 10 anos. Segundo o Ministério da Saúde, são cerca de 13 milhões de pessoas doentes e pelo menos 2 milhões não vão ao médico periodicamente. “É fundamental que o paciente diabético faça acompanhamento com o especialista para controlar a doença e reduzir o risco de suas complicações crônicas.” ressalta Dra. Mariana.

A prevenção, no entanto, é essencial, segundo a endocrinologista do IMC de Rio Preto. “O diabetes atinge todas as idades, portanto, a prevenção e o autocuidado são muito importantes. E são feitos com ações simples, como a alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas”, afirma a médica.

Pessoas que têm o diabetes tipo 2, por exemplo,  têm 2 a 4 vezes mais chances de desenvolver doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, e 1,5 a 3,6 vezes mais chances de morrer devido a essas complicações. “Isso reforça a necessidade do diagnóstico precoce a fim de evitar tais complicações”, enfatiza a médica.

Como o diabetes pode causar danos a várias partes do corpo humano, seu diagnóstico e tratamento às vezes envolve vários especialistas. No IMC, endocrinologistas, cardiologistas, angiologistas e médicos de várias especialidades estão atentos ao seu diagnóstico.

“O diabetes é uma doença metabólica crônica, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. Como consequência ocorre o aumento da glicose ou açúcar no sangue, chamado de hiperglicemia”, explica Dra. Mariana.

Segundo ela, há vários tipo de diabetes, porém o objetivo é o mesmo: controle da doença. Há o tipo 1, doença autoimune em que anticorpos "atacam" o pâncreas, fazendo-o parar de produzir insulina. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Acomete entre 5 e 10% dos diabéticos. E o tipo 2, mais comum, atingindo 90% dos doentes. Aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina ou não produz suficiente para controlar a taxa de glicemia. Outros tipos: diabetes gestacional, autoimune latente do adulto (lada), pancreático, monogenético etc.

A endocrinologista do IMC destaca que um dos grandes problemas do diabetes tipo 2 é que seus sintomas só aparecem em fases mais avançadas da doença, ou seja, por ser uma patologia silenciosa seu diagnóstico acaba sendo mais tardio.

“Os sintomas mais comuns da doença são dificuldade para cicatrizar feridas, formigamento nos pés e nas mãos, perda de peso inexplicada, sede excessiva, aumento do apetite, cansaço e vontade de urinar diversas vezes ao dia. Além de dores nas pernas e visão embaçada”, enumera a médica. “Conhecer e ficar atento aos sintomas é passo importante, porém, o diagnóstico precoce é essencial para evitar suas complicações e reduzir morbimortalidade”, completa.

Exames laboratoriais permitem o diagnóstico do diabetes: glicemia em jejum, hemoglobina glicada e o teste de tolerância à glicose. Antes de tudo, o fundamental é conversar com o médico para investigar o problema, já que há fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver DM2 e seu rastreio deve iniciar mais precoce ainda. Esses fatores de risco são: histórico familiar positivo, diabetes gestacional, sedentarismo, sobrepeso, obesidade entre outros.

Cuidados com alimentação são essenciais para o diabético

Os cuidados nutricionais no controle do diabetes são essenciais e coadjuvantes ao tratamento médico e manutenção da saúde, pois há riscos à saúde se a alimentação não for correta.

Os diabéticos devem priorizar a alimentação primária e natural, reduzindo o consumo de industrializados e devem estar atentos aos rótulos dos alimentos. Os termos ‘disfarçados’ para açúcares nos rótulos aparecem como açúcar invertido, dextrose, dextrina, frutose, glicose, sacarose, maltose, maltodextrina, oligossacarídeos, xarope glucose-frutose, xarope de milho, entre outros.

Além disso, o consumo adequado de fibra é um grande aliado ao controle glicêmico. Importante também priorizar alimentos integrais (massa integral, arroz integral, farelo de aveia, linhaça, chia etc), consumam verduras e legumes e frutas em porções orientadas pelo nutricionista ou médico.

Fonte: InterMídia

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