O "Queijo Bambu" é o "primogênito" da queijaria artesanal e também nasceu premiado. — Foto: Arquivo pessoal

Um queijo produzido em Urupês, no interior de São Paulo, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Queijo Brasil, antes mesmo de chegar ao mercado. A competição realizada às cegas reuniu outras 2.290 receitas de todo o país, neste mês, em Blumenau (SC).

Ainda em fase de testes, o "Queijo Nevoeiro" foi o destaque da 8ª edição do concurso e conquistou a medalha de ouro.

A vitória consagra a segunda medalha de ouro da queijaria artesanal localizada em Urupês, que tem ganhado espaço e reconhecimento no cenário nacional mesmo estando fora das regiões tradicionalmente produtoras de queijo.

Com casca natural, branca e florida, e um sabor intenso obtido após mais de 40 dias de maturação, o Nevoeiro foi avaliado às cegas por um time de 140 jurados especializados.

Em entrevista ao g1, o mestre queijeiro e proprietário da queijaria, Eder Augusto Duarte, de 47 anos, diz que o resultado foi uma surpresa.

“Ficamos surpresos e felizes. O Nevoeiro ainda está em fase de testes. Então, não esperávamos uma premiação tão expressiva agora”, conta Eder.

A inspiração surgiu da própria experiência da queijaria com maturação. A partir do desejo de inovar com um produto de casca florida, com fungos naturais, a equipe começou a desenvolver testes e descobriu que o clima, o solo e a topografia da propriedade favoreciam esse tipo de queijo.

A matéria-prima também faz a diferença: todo o leite utilizado vem das vacas criadas a pasto, na própria fazenda, livres de brucelose e da tuberculose. “É um queijo feito com muito cuidado, exige viragens diárias e um controle rigoroso de temperatura durante a maturação”, conta o proprietário.

Essa dedicação já havia rendido frutos em 2024, quando o “Queijo Bambu”, o primeiro maturado, batizado em homenagem ao bairro onde fica a propriedade, também foi medalhista de ouro no mesmo concurso. Agora, o Bambu está entre os cinco finalistas do prêmio CNA Brasil Artesanal, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. A premiação acontece no dia 22 de julho, em Brasília (DF). 

Um pedacinho do mercado

Com três prêmios em menos de dois anos e grande procura pelos produtos, a queijaria começa a se planejar para dar novos passos. “Vamos dar início à produção do rótulo do Nevoeiro e à regularização junto ao SISP (Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal)”, afirma Eder. “A meta é começar a produção em escala em breve e também vender de forma online, expandindo para outras regiões”, compartilha.

Mesmo com planos de crescimento, o foco continua na produção artesanal. “Não queremos virar uma fábrica. Vamos manter o cuidado e a qualidade, mesmo com a ampliação”, diz. Hoje, a produção da queijaria gira em torno de 100 litros de leite por dia, com a ajuda de Eder, da esposa dele, de um colaborador na ordenha e do responsável técnico pela fabricação.

A paixão pelos queijos nasceu justamente do desejo de agregar valor ao leite da propriedade. Os primeiros testes foram feitos na cozinha do sítio, com receitas de queijo fresco. “As pessoas começaram a gostar, a encomendar, e isso foi crescendo até que legalizamos a queijaria em 2024”, conta o produtor. Desde então, o reconhecimento não para de chegar, dos consumidores e dos jurados.

Para Eder, conquistar uma medalha de ouro como produtor do interior paulista é muito gratificante.

“Não estamos em uma região produtora de queijo, mas esse reconhecimento mostra que estamos no caminho certo”, conclui.

Fonte: Marianne Santana*, g1 Rio Preto e Araçatuba

* Colaborou sob supervisão de Henrique Souza

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