Oferecer qualidade de vida e um novo significado para a vida de animais vítimas de maus tratos, ao mesmo tempo que combate a exclusão social de crianças e adolescentes, é uma das missões da Natureza Conecta. A ONG, criada pela veterinária Daniela Gurgel em 2021, transforma os bichos regatados em co-terapeutas para jovens em vulnerabilidade social residentes nas casas de acolhimento e internos da Fundação Casa de Sorocaba.
"Na minha vida, os animais sempre foram muito importantes, me ajudando a superar momentos difíceis e, isso me inspirou muito para criar a ONG. O trabalho de co-terapia com animais que desenvolvemos aqui traz benefícios tanto para os nossos resgatados, que recebem amor e cuidados resultando em uma boa qualidade de vida, como para as crianças e jovens que atendemos que conseguem criar vínculos e se sentem mais à vontade para compartilhar seus sentimentos e dores", explica Daniela Gurgel, fundadora do Natureza Conecta.
Atualmente, a fazenda Natureza Conecta fica localizada em Itu, no estado de São Paulo e atualmente abriga 31 animais entre cavalos, porcos, vacas, cabras, codornas e cães. Ao todo 29 bichos chegaram à ONG por meio de resgates, como é o caso da Dançarina - uma égua de um carroceiro que estava prenha e ficou com sequelas na coluna por ter carregado muito peso - e dos bezerros Zeus e Hércules, que nasceram em uma fazenda que produz leite e, por serem machos são considerados descartáveis por essa indústria.
"Cada animal que chegou aqui tem a sua história. Peppa e George são dois porquinhos para os quais recebemos um pedido de resgate, pois havia uma denúncia de maus tratos. Outro exemplo é o Dallas, cão da raça Border Colli para a qual existe um número imenso de abandonos, visto que, eles precisam de espaço, caso contrário se tornam agitados acima do normal. Muitas pessoas não observam isso na hora de inclui-los em suas famílias", conta Daniela.
Os animais têm encontros semanais com as crianças e adolescentes atendidos pela Natureza Conecta na fazenda da organização, cada sessão tem duração média de 2 horas. A ONG também transporta alguns bichos para o complexo da Fundação Casa Sorocaba - que engloba cidades como Campinas, Jundiaí e Itu - visto que os internos que fazem a terapia assistida estão privados de liberdade.
A interação dos animais co-terapeutas com os jovens em vulnerabilidade social, vem oferecendo melhores resultados se comparados com abordagens tradicionais e facilita a atuação de psicólogos e pedagogos em questões como traumas, violência, comportamento e desempenho escolar.
"Fico muito feliz em poder proporcionar uma nova vida tanto para os animais que resgatamos como para a reabilitação dos meninos e meninas que atendemos", finaliza a fundadora da ONG.
Fonte: GBR Comunicação