A 41ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Catanduva emitiu uma manifestação legal contundente contra o Projeto de Lei Complementar que propõe a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV) do município, o que impactará o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para 2026. A manifestação, enviada à Câmara Municipal e à sociedade civil, aponta falhas procedimentais e inconstitucionalidades na proposta, recomendando que o projeto seja revisto.

O documento da OAB questiona a justificativa do Executivo de que a PGV não é atualizada desde 2010. Embora o projeto mencione uma metodologia técnica, a OAB destaca a falta de estudos socioeconômicos detalhados e a ausência de um debate público efetivo, o que, segundo a entidade, fragiliza a motivação administrativa e viola o princípio da transparência.

Principais Falhas Apontadas pela OAB:

  • Procedimento Administrativo Viciado: A OAB argumenta que o procedimento violou os princípios de publicidade e gestão democrática. A comissão técnica do projeto realizou apenas duas reuniões de apresentação, sem audiências públicas amplas ou consultas deliberativas à sociedade, o que contraria o Estatuto da Cidade.

  • Inconstitucionalidade Tributária: A manifestação cita o artigo 150 da Constituição Federal, que proíbe o aumento de tributos sem lei. Segundo a OAB, a proposta delega ao Executivo a autorização para atualizar a PGV com base em critérios amplos, o que configura uma delegação legislativa inconstitucional. Apenas a correção monetária por índice oficial (como o IPCA) seria permitida por decreto.

  • Falta de Estudo de Impacto: O projeto não apresentou estudos exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para comprovar o impacto orçamentário-financeiro de um aumento de receita. A ausência desses dados é considerada uma irregularidade grave.

  • Desrespeito à Capacidade Contributiva: A revisão proposta pode gerar aumentos de mais de 100% em algumas regiões, ferindo o princípio da capacidade contributiva, que estabelece que impostos devem ser proporcionais à capacidade de pagamento dos contribuintes.

  • Escalonamento Questionável: A proposta prevê um aumento parcelado em quatro anos, mas suspende a aplicação da correção monetária da UFRC, o que, para a OAB, cria insegurança jurídica e revela a desproporcionalidade do aumento.

Sugestões da OAB:

Para corrigir as falhas, a OAB sugere que a Câmara Municipal aprove apenas as seguintes diretrizes:

  • Revisão da PGV a cada quatro anos, sempre por lei específica.

  • Autorização para o Executivo realizar atualizações somente com base em índices oficiais de inflação.

  • Exigência de estudos socioeconômicos prévios, com análise de impacto tributário.

  • Realização de audiências públicas efetivas.

  • Garantia de transparência e publicidade em todas as fases do processo.

Em sua conclusão, a OAB de Catanduva destaca que a proposta, como está, "padece de inconstitucionalidades e vícios procedimentais". A entidade recomenda que a Câmara exija estudos técnicos de impacto, promova amplo debate público e corrija as delegações inconstitucionais ao Executivo, visando uma reforma da PGV que seja mais legítima, transparente e socialmente justa.

Fonte: OAB Catanduva

Curso de robótica é oferecido para crianças e adolescentes

Leia mais...

Escola de Líderes inicia segunda turma na Usina Estiva

Leia mais...

Torneio regional reúne diversas cidades em comemoração ao dia das crianças

Leia mais...

Polícia Militar prende homem por roubo em estabelecimento comercial de Itajobi

Leia mais...

Saúde bucal infantil: 5 dicas para começar os cuidados desde cedo

Leia mais...

Ator Paulo Betti apresenta o espetáculo "Autobiografia Autorizada", no Centro Cultural SESI Rio Preto

Leia mais...