Padre Albino, conhecido por ter tido forte atuação em Catanduva, no interior de São Paulo, recebeu o título de Venerável do Vaticano, um reconhecimento pelas virtudes vividas em grau heroico. Agora, o sacerdote português está a dois passos da santidade: são necessários dois milagres reconhecidos, um para a beatificação e outro para a canonização.
Para divulgar a causa nacionalmente e estimular os fiéis a pedirem a intercessão do padre, representantes da Fundação Padre Albino (FPA) participaram de dois grandes eventos religiosos neste ano, o Encontro Nacional de Formadores, em Aparecida (SP), e a ExpoCatólica, em São Paulo. Durante os encontros, o público teve acesso à história do sacerdote e pôde acender velas virtuais no site recém-lançado pela FPA.
A nova plataforma digital reúne conteúdos como a trajetória do padre, fotos, vídeos, linha do tempo, além de espaços para oração, depoimentos de graças alcançadas e um chatbot interativo. No site, fiéis podem registrar seus pedidos de intercessão, acender velas virtuais com duração de um ou sete dias e conhecer mais sobre o processo de beatificação.
“Esses eventos foram uma oportunidade para expandirmos a campanha, que antes era restrita a Catanduva e região”, explica Mauro Tadeu Assi, assessor de imprensa da Fundação, de 67 anos. Segundo ele, a recepção do público foi excelente e a iniciativa tem gerado engajamento, só na ExpoCatólica foram acesas mais de 200 velas.
Padre Albino nasceu em 1882, em Portugal, e foi ordenado sacerdote em 1905. Perseguido durante a Revolução Republicana, exilou-se no Brasil e chegou a Catanduva em 1918. Em meio às dificuldades e à resistência da população, conquistou respeito por meio de ações sociais, educacionais e religiosas. Fundou a Igreja Matriz, o Hospital Padre Albino, o Lar dos Velhos e a Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA), entre outras instituições.
A Fundação Padre Albino mantém vivo o legado do sacerdote com unidades nas áreas da saúde, educação e assistência social. Há ainda um centro histórico e cultural com acervo de documentos, objetos e uma réplica do quarto onde ele viveu seus últimos anos, no hospital que leva seu nome. Ele morreu aos 91 anos, em 19 de setembro de 1973, em Catanduva.
Sem um milagre reconhecido oficialmente até o momento, a expectativa é de que os pedidos de intercessão ajudem a reunir relatos que possam ser analisados pelo Vaticano. “A maior colaboração é pela oração”, diz Mauro.
Se a santidade for reconhecida, Catanduva pode se tornar um destino de turismo religioso.
“A canonização traria grande impacto para a cidade, tornando-a ponto de peregrinação”, completa o assessor.
A Fundação Padre Albino também é responsável por administrar a FAMECA, instituição que recebe universitários de várias regiões do Brasil, que vêm estudar nos cursos de Medicina e Enfermagem.
Fonte: Marianne Santana* - G1 RioPreto
* Colaborou sob supervisão de Henrique Souza
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